sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Demolição do Bar do Surfista: a justiça é cega, mas é lenta.

                                 
Muitos estão acompanhando e lamentando a decisão da Justiça Federal de mandar demolir o Bar do Surfista. A grande maioria é contra essa decisão por que consegue enxergar mais benefícios sociais e ambientais do que prejuízos.   
Realmente, os trabalhos que lá são realizados, ou apoiados, por Waldir Moreira, proprietário do Bar do Surfista, merecem muitos elogios.
Milhares de tartarugas marinhas entraram na água graças aos esforços da Ong Guajiru. 
Crianças carentes que viviam como pedintes nos estabelecimentos comerciais do Intermares, hoje recebem aulas de reforço escolar e incentivos à pratica do esporte e se tornaram destaques em competições regionais e nacionais de surf.  
Todos os surfistas de João Pessoa usam aquele local como ponto de apoio, pois como é bom sair do mar após uma sessão de surf e ter disponível um chuveiro para tirar a água salgada e em seguida ir até o bar e pedir um açaí. Se o bar deixar de existir, quando será que o poder público vai colocar chuveiros e banheiros naquele local?  
 
Isso sem falar dos moradores do Intermares, que após uma caminhada ou pedalada por aquele calçadão maravilhoso, se apoiam de alguma maneira nos serviços disponíveis graças à existência do Bar do Surfista.
Porém, os benefícios proporcionados só são vistos pela opinião pública. Para a Justiça e o Ministério Público, os pontos positivos não eliminam o descumprimento da lei e o Bar do Surfista sempre será tratada por esses órgãos como uma ocupação irregular, por isso podemos chamar a Justiça, no sentido aqui explanado, de cega. 
Infelizmente, não adianta mostrar as ações desenvolvidas por que a lei tem que ser igual para todos. Por trás de cada bar ou barraca que se instala na chamada área de marinha existe uma história comovente, uma família batalhadora, a dedicação de uma vida. 
Mas se a Justiça é cega, por outro lado é lenta. Se ela não consegue visualizar os benefícios do Bar do Surfista, caberá ao Waldir, por meio de um advogado, usar as ferramentas que a lei disponibiliza e entrar com recursos, encontrar falhas no processo e ir dando continuidade aos trabalhos desenvolvidos, isso se for do interesse dele continuar naquele local. 
Cabe também ao Waldir ir traçando um "plano b" para o dia em que não couber mais recursos na Justiça e o bar for demolido. E para os usuários do bar, restará o consolo que a lei foi cumprida e também o desejo que esta alcance outras ocupações irregulares, como por exemplo algumas mansões no Bessa e Camboinha. 
Texto escrito por Flaviano Gondim - fla.gondim@gmail.com

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. É isso aí Flaviano. Já que os benefícios do bar são de conhecimento comum, em termos de um "plano b" se deve pensar em um acordo... Se não tiver outra opção, o bar poderia ser transferido para algum local do outro lado da rua. Vamos pensar em jurisprudência: no caso da praça de Intermares (Praçaí) um acordo foi feito que permitiu que o Michel regularizasse a venda do açaí no local após a reforma. Isso se deu a partir de um baixo assinado - talvez esse seja o caminho?

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